Deixei Roncesvalles, por volta das 8h e cheguei a Zubiri as 14h. O trajeto é bem tranquilo. Depois de uns 10km, começou uma chuva forte, com muito vento. Em razão do clima, tive que concentrar toda a minha atenção no caminho, para não escorregar ou tropeçar nas pedras. Com a capa de chuva, torna-se difícil apreciar a natureza, só se olha para o chão e em frente. Minha capa de chuva era péssima, aberta dos lados, ao bater o vento, molhava-me toda. Na primeira oportunidade (Estella) comprei outra. Neste segundo dia, deparei-me com grupos de brasileiros e outras nacionalidades, muito barulhentos. Não estava com humor para escutar conversas de terceiros, assim, optei por seguir meu caminho sozinha (após cumprimentar a todos). Quer dizer... não estava realmente sozinha, pois havia milhares de peregrinos no caminho. Neste caminho em abril/maio de 2017, foram poucos os momentos em que pude caminhar sem ter alguém por perto. Ao mesmo tempo que te deixa com "sensação" de segurança, não te deixa só para refletir sobre o que buscas ali. Claro, terás que decidir se queres participar do caminho do "outro" ou seguir o seu "próprio" caminho, o que planejou ao sair do Brasil. Eu, naquele dia, decidira que queria seguir meu próprio caminho.
Zubiri é um vilarejo, assim, eu havia feito reserva na Pensión AMETS, por precaução, o que foi ótimo, pois vi muitos peregrinos que não encontraram lugar para pernoitar nos albergues da cidade e tiveram que se deslocar para outras cidades próximas, debaixo de temporal.
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