sexta-feira, 22 de setembro de 2017

ETAPA 22: HOSPITAL DE ÓRBIGO – ASTORGA (21/05/2017) – 18km
Partida as 07:30 h e chegada as 12:00horas
Cidades: Crucero de Santo Toribio, San Justo de la Veja

Trajeto tranquilo e reto. Em Astorga, fiquei no hotel Gaudi, bem em frente ao palácio episcopal iniciado por Antonio Gaudi. Obra espetacular! Aqui também se come o famoso “Cocido Maragato”. Reencontrei AGAPITO e pude agradecer mais uma vez o carinho do mesmo comigo e, com outros peregrinos. Sim, encontrei outro companheiro de viagem, um alemão de nome Rüdiger. Já fazia o caminho pela segunda vez, disse-me que seguia mais devagar para aproveitar o contato com a natureza e conhecer peregrinos. Muito boa conversa, em inglês, claro!
Neste trecho, aproveitei para pensar um pouco em minhas atitudes no caminho. Primeiro, não carreguei a mochila, só em alguns trechos. Optei por fazê-lo porque considero que minha vida foi muito dura, pesada, com muita responsabilidade, e, neste caminho, não queria nada me pesando, queria estar livre e leve para desfrutar do caminho, que certamente não era de “expiação”. Não acredito que o ser humano tenha que sofrer para alcançar o paraíso conforme dogma de algumas religiões.
Também para refletir a respeito da suposta transformação que ocorre com muitos peregrinos no caminho. Verifiquei que o caminho são pedras, areia, lama, subidas, descidas, vento, chuva, sol, lua, o canto dos pássaros, como muitos outros caminhos. Então por que o de Santiago é diferente? Talvez pela história que emana das cidades que cruzamos, das igrejas, monastérios e todo conjunto arquitetônico que sobreviveram as várias invasões árabes de épocas passadas; talvez as lendas e tradições que ajudaram o caminho a ser conhecido no mundo medieval e no atual; talvez um milagre de Santiago de Compostela; talvez por que queiramos que seja diferente para nós. O certo é que queremos ser pessoas melhores ao término do caminho, isto a meu ver o faz diferente!

Portanto, fisicamente não vislumbrei transformação (fora bolhas nos pés e cansaço), mas internamente... não há quem olhe para todas as manifestações da natureza, que são perfeitas, e não pense em seguir na vida com mais humildade, serenidade, companheirismo, carinho e solidariedade com o próximo. Portanto, a transformação não é visível a todos, pois é interna. Cada um de nós deixará o caminho entrar e transformar sua vida, em seu momento e em seu entendimento. Mas, é certo que ninguém volta o mesmo.





La casa de los dioses - apoio no caminho

Estátua de peregrino e seu vinho

Chegando a Astorga


Palácio Episcopal - Gaudi

Peregrino Rüdgier

Dentro Palácio tem uma exposição a respeito do Caminho





Café com Agapito



Palácio Gaudi a noite!!Lindooo!!




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