sexta-feira, 22 de setembro de 2017

ETAPA 27: CEBREIRO – SAMOS (26/05/2017) – 30km
Partida as 07:00h e chegada as 15:30 horas
Cidades: Liñares, Alto de San Roque, Hospital da Condesa, Padornelo, Alto do Poio, Fonfria, O Biduedo, Filloval, Pasantes, Ramil, Triacastela, S.Cristovo do Real, Renche, Lastres, Freituxe, S.Martiño do Real

A partir do Cebreiro minha estratégia era caminhar trechos mais longos(acima 30km), isto porque já havia feito este trajeto em 2013. Então, comecei com muito ânimo o meu reencontro com a natureza já conhecida. Confesso que muita coisa parecia que era a primeira vez que observava. Até a natureza se renova, pensei, fica mais bonita com o tempo!
A subida é forte para o Alto de San Roque e Alto do Poio até Triacastela. A chuva e o vento castigavam! Acabei encontrando uma peregrina equatoriana que reside na Colômbia, que fazia o caminho pela primeira vez! Depois de um tempo de conversa onde encontramos muitos pontos em comum, e, sabendo de minha busca pela melhoria interior, indicou-me o livro “Um curso de Milagros”. Me disse que ajuda a abrir a cabeça para entender o universo. Com certeza vou ler! Nos separamos, pois eu seguia para Samos, onde queria conhecer o Monastério! Em Triacastela, segui por uma rodovia por muito tempo, depois entrei num bosque lindo demais, acompanhada por um rio. Foi maravilhoso pois estava sozinha, poucos peregrinos caminham depois da duas da tarde. A chuva castigava e entrei na cidade já cansada. Perguntei a um casal de senhores se poderiam indicar-me o hostal em que ficaria. Para minha surpresa, disseram que também eram peregrinos e estavam aguardando a chuva diminuir para voltar ao hotel deles e não conheciam a cidade. Conversei com eles, eram canadenses, a senhora tinha 82 anos e o senhor 85. Disseram-me que faziam trechos curtos e se decidiam ficar em alguma cidade, ficavam pelo tempo que quisessem, não tinham mais compromissos. Adorei os dois, a boa conversa, o bom humor, a certeza do carinho que sentiam um pelo outro, lindos demais! Em seguida fui ao hostal Domus Itineris, onde fui muito bem recebida por Luisa, que me fez sentir acolhida! Gratidão pois com aquela chuva precisa de calor humano.
No final da tarde abriu o sol, ai pude sair para conhecer o Monastério e a cidade de Samos. O Monastério é espetacular, vale muito a visita. A guia comentou que no Monastério vivem atualmente, oito monges, quase todos idosos e, que cuidam de toda a organização. Preocupam-se que quando os monges fizerem a passagem, não sabem quem administrara o local.
Observei uma peregrina brasileira e acompanhantes, recusarem-se a pagar a entrada de meros quatro euros, alegando que era um absurdo pagar para entrar em igrejas. Enfim, cada um tem sua opinião, mas creio que ali, não é só igreja, mas todo o conjunto arquitetônico e suas histórias. Creio que usam os recursos para manutenção do local, então me deu uma certa tristeza pela conterrânea não entender o significado dos símbolos do caminho que merecem ser preservados.
No Monastério encontrei um grupo grande de brasileiros que viajavam fazendo o caminho, ora caminhando ora em ônibus ou van, alguém organizava e fazia reservas, podiam optar por caminhar todas as etapas ou só parte. Enfim, cada um faz seu caminho, o importante é o que se aprende ao longo do trajeto!


Alto San Roque







Saída Triacastela





Trecho de estrada para Samos

Caminho pelo Bosque para Samos






Vista do Monastério de Samos










Saindo de Samos

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