CAMINHO CENTRAL PORTUGUÊS a SANTIAGO DE COMPOSTELA
Realizei o Caminho Português a Santiago de Compostela, de 18/04/2018 a 13/05/2018, em 25 etapas. Seguem reflexões, lembrando que correspondem ao que senti e vivi. Certamente outras pessoas tiveram outras impressões, afinal, a jornada é pessoal.
O Caminho Central Português,
partindo de Lisboa até Porto, é árduo, caminha-se por rodovias e/ou estradas
secundárias, muito trânsito, asfalto, subidas/descidas. O contato com a natureza
que tanto buscava, não ocorreu, não ouvi canto de pássaros, não senti o vento em
minha face, apenas a chuva em algumas ocasiões e, estava quente. As marcações,
as setas, quase sempre, nos levam a caminhar ao redor das cidades, portanto o
caminho é pouco encantador. É solitário, encontrei poucos peregrinos, caminhei
quase todas as etapas sozinha. Apesar disto, pouco pude refletir a respeito da vida,
pois estava preocupada em encontrar as minúsculas setas, não ser atropelada e escapar
do ruído infernal dos carros e caminhões. É seguro, nunca fui molestada por
nenhuma pessoa e olha que passei por lugares bem desertos. Nestas etapas em Portugal, o caminho conhecido e celebrado, é
ao Santuário de Fátima, tem-se poucas informações e simbologia quanto ao
caminho até Santiago.
Já o Caminho de Porto até
Santiago de Compostela, é mais aprazível, mas também tem suas estradas. Contudo,
aparecem caminhos por bosques, paralelos a rios e, escutamos sons de pássaros. A partir de Barcelos, já encontramos símbolos e maiores indicações a respeito do Caminho a Santiago! Aliás, as cidades de Barcelos e Ponte de Lima, são muito empolgantes e charmosas.
Apesar de todos os percalços, nunca pensei em
desistir ou mesmo mudar de rota. Acredito que era o caminho que precisava
naquele momento. Precisava de uma chamada para retomar a vida, saber que tem
dificuldades e que é preciso estar atento para não a ver passar sentada num
sofá.
O desconforto dos pés na
caminhada, busquei solução em um novo calçado, livrei-me do peso extra de
blusas de frio e, quando encontrei estrutura (a partir de Barcelos), passei a
despachar a mochila, para aliviar a pressão nos pés e, desfrutar mais do
caminho. Optei por não ficar em albergues, preferi uma noite confortável de
sono. A bem da verdade não gosto de compartilhar minha privacidade, meu espaço.
Os caminhos que fiz,
nunca foram de expiação ou de autoflagelação. Sempre foram para buscar o “lúdico”
da vida, a reflexão, a natureza, escutar e sentir a espiritualidade, a calma, o silêncio. Vou
continuar buscando! Minha jornada nesta vida ainda está ocorrendo e, estou
aproveitando! Obrigada Santiago!!!
Catedral Sé de Lisboa/Lisboa |
Sinalização para iniciar o caminho no pilar da Catedral da Sé |
Igreja de São Tiago/Lisboa |
Igreja de São Tiago - sinalização para o caminho |
Sinalização para o caminho/Igreja São Tiago |
Parque das Nações, próximo Torre Vasco da Gama. Sinalização Azul para Fátima e amarela para Santiago |
Nao te conhesso mas amei lersobre teu Caminho. gostaria de te conhecer. Ania Legname
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